segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Tirando os cavalinhos da chuva...


Quando fizemos a introdução do blog lá no primeiro post, não imaginávamos que chegaríamos na terceira viagem com uma crescente tão grande no número de participantes das nossas aventuras sagazes, pra sermos francos, não imaginávamos muita coisa tangível, analisamos o seguinte, na primeira saída dois participantes, na segunda três, na terceira quatro, logo, lá em Dezembro esperamos reunir em nossa trupe além de nós, sócios fundadores, outras doze almas! Olha que louco, tudo bem que não é nada próximo- Ainda- das 30.000 almas que lotam o Sambódromo do Anhembi, mas estamos em uma crescente e esperamos que continue assim...

Pulando pra parte que realmente interessa...

Estávamos nós, ás 14H30 aguardando o coletivo que deveria ter saído 14H15 mas por motivo de sumiço de motorista estava lá, empacado, numa Garoa Level 4! Caso você não seja pontual, é provável que vez ou outra comemore atraso de quem deveria ter partido antes, nesse caso valeu para nós, que atrasamos, mas conseguimos sumir com o motorista até a equipe se completar, ai libertamos o dito-cujo e seguimos viagem com destino ao Morro do Voturuna... Olha que bonito...


Level 4, Ha...


O Morro do Voturuna ou Morro do Boturuna ou até mesmo Serra do Voturuna ou Boturuna, como preferir, é um "monte quartzítico, parcialmente florestado, situado entre Santana de Parnaíba e Araçariguama" Fonte: Governo do Estado- Secretaria de Cultura. Tombado desde 1983, além dessa parte técnica/teórica é um dos locais na cidade que abriga algumas das muitas lendas que giram em torno da cultura Parnaibana. Mas deixaremos esta parte "Mística" para outra ocasião.


Morro do Voturuna
(Foto/hostelcidadaodomundo.blogspot.com.br)



Santana de Parnaíba, a cidade que escolhemos para acessar o Morro, está localizada na Zona Oeste da Região Metropolitana de São Paulo, tem cerca de 120 mil habitantes e um conjunto arquitetônico com mais de 200 imóveis tombados, pra quem não conhece, pode procurar pois é uma cidade incrível! Tem personagens históricos como o Anhanguera- que também dá nome a Rodovia-, tem o grupo 13 de Maio com o Samba de Bumbo, tem monitoria gratuita oferecida pela Secretaria de Cultura e Turismo, e tem, principalmente, uma das unidades de edição do Blog Turismo de Catraca, e é a cidade onde o CEO do BLOG reside, PEEI! Pra quem não conhece, pode procurar! Pois é um excelente blog!

Santana de Paraíba em vermelho, São Paulo em Amarelo
(Imagem/www.cidades.com.br/)


Quanto a viagem...

No terminal central de Santana de Parnaíba, tomamos o coletivo da Linha 800 da Viação Osasco- Santana de Parnaíba, Jd. São Luiz/Cururuquara- por falar nisso R$3,00 foram desembolsados... O ônibus logo abandona o centro da cidade, e parte, via Estrada Ecoturística do Surú, com destino ao Bairro do Cururquara- que trataremos em outra oportunidade-   Descemos em frente ao "Tucson's Ranch" e seguimos por uma estradinha de terra, que na situação era de lama, de uns 30 minutos, continuamos medindo distância com tempo, até uma clareira onde "despinguelava" uma trilha, bem batida que levaria a uma cachoeira depois de 4 ou 11 minutos de caminhada.


06511-001

Onde desembarcamos


A trilha pra subir o Morro começa depois da trilha que leva até a cachoeira, onde ignorando o dia frio, chuvoso e nublado alguns integrantes da equipe entraram embaixo da cascata fria, de roupa mesmo, abastecemos as garrafas e subimos a trilha, que no começo é uma barranqueira infernal e depois piora... 


Trecho do caminho, tinha uma pedra no trecho.



Ignorância ao frio e banho de roupa mesmo!


Cachoeira do Voturuna


Cachoeira do Voturuna




A chuva  amenizou, mas molhou! Inclusive a lenha que futuramente usaríamos para acender em formato de fogueira para espantar possíveis animais do filo: Chordata, Classe: Mammalia, ordem: Perissodactyla, Família: Equidae, Gênero: Equus da Espécie: Equus Ferus... Também conhecidos como cavalos, acredite, vai fazer sentido...


Foto no caminho, Morro ao fundo...


Pé de Abacaxi


Boa parte da trilha rumo ao topo do Morro, foi feita próxima ao curso da cachoeira, e nos raros momentos em que a mesma sumia de nossas vistas nossos ouvidos ainda notavam sua proximidade, cerca de duas horas de subida rumo ao topo- a subida nem é tão grande, mas uma das integrantes que nos acompanhava que  não diremos o nome mas vamos dar uma dica, começa com KA e termina com RINA, resolveu levar, sei lá, umas duas toneladas de lanche na mochila e limitou a velocidade do andamento da missão- estávamos "Tipo NET" subindo o morro, mas superamos!
OBS: Essa mesma integrante não identificada, negou todas as vezes que nos oferecíamos para ajuda-la. (ainda bem, 2 toneladas não é exagero)



-Pronunciamento

"A Equipe do Turismo de Catraca informa aos leitores que a integrante em questão já sofreu as devidas e severas punições pelo desacerto"


Regra 1 do Vuturuna, nunca saia da trilha.


Recapitulando...

Chegando ao topo do Morro, escolhemos o local onde montaríamos nossas barracas e montamos as barracas, olha que bonito, ai era só aguardar a noite cair... Caiu chuva, caiu a popularidade da presidente, caiu crédito no celular de alguém que nem recarregou, caiu o Mubarak no Egito e nada de cair a noite, estávamos sem fogueira, pela chuva ter gentilmente molhado toda a madeira e assim admiramos toda a grandeza de Pirapora do Bom Jesus, Cajamar e Santana de Parnaíba aos nosso pés...


Integrantes orgulhosos pelo trabalho!


Finalmente caiu a noite, e após histórias, gargalhadas, sarros e xingamentos... Caiu mais chuva!

... Dormimos...

Eram duas ou três da manhã -Como estávamos entrando em horário de verão- Eram uma ou duas da manhã... E, como alguém mega apertado abre a braguilha da calça após vinte e três minutos na fila do banheiro público, algum dos que pousavam naquela barraca abriu o zíper da mesma forma, expondo os demais- e expondo também todo o trabalho profissional exercido pelos criadores dessa blasfêmia- com o perdão da palavra- aos perigos daquele monte quartzítico, parcialmente florestado, situado entre Santana e Parnaíba e Araçariguama, eis que soa um sussurro feminino aterrorizado, dando emoção ao enredo:

-"Tem alguém lá fora..."

Eis que se erguem onipotentes, após localizar os pares corretos dos chinelos, E.BELKO e M.1GRIA, para aniquilar quem ousara oferecer risco ao tão grandioso Turismo de Catraca BLOG... E para surpresa de quem presenciou o fato, cerca de quinze ou cinquenta e nove cavalos aterrorizavam os integrantes da catracada... Mas com palavras de ordem (Xô! Ôô Tchê tchê!) ensinamos uma  lição aos cavalos que depois de tocados- em um sentido muito específico do termo- ousaram voltar a madrugada toda para comer as "gusoleimas" que uma certa integrante levou em sua mochila retardando a velocidade da missão... Superamos...

Narrando desta maneira nos da a impressão que em nenhum momento os "onipotentes" que se ergueram contra os quinze ou cinquenta e nove cavalos, desfrutaram de pânico enquanto pares de olhos brilhantes e grandes os encaravam seguidos por relinches debochados vindo de todos os lados. Então, garantido a verdade dos fatos aos nossos respeitáveis leitores, deixamos claro que sim, aconteceu esse momento de pânico brevemente narrado, só que umas 5 vezes mais intenso.

E a noite foi assim... Tocando cavalos no alto do Morro do Voturuna! Dissemos que faria sentido! 

Ao amanhecer, aguardamos o Sol com sua grandeza digna de ser citada em quase uma linha inteira do blog de Turismo de Catraca mais lido do mundo #OusadiaEAlegria afastar a densa neblina que embelezava o morro e partimos, agora desceríamos, pelo mesmo caminho que subimos, para retornar ao aconchego de nossos respectivos lares- protegidos dos cavalos que fizeram daquela madrugada única em nossas vidas...#NemShakespeareImaginaria.

Desmontamos as barracas com certa facilidade , recolhemos o lixo com certa dificuldade porque os cavalos o espalharam, preparamos as mochilas, e RASHTAGPARTIMOS.

E assim como DESmontar, DEScer é- teoricamente- mais fácil, então descemos, e aproveitamos a facilidade da descida para usufruir da cachoeira...


Descida do Morro



Foto Artística



Mais uma parada pra se molhar e passar frio.

E.BELKO e a integrante-KA-RINA-da-bolsa-de-duas-toneladas.

M.1GRIA  PEEEEI!!!

Pegando algumas amoras pelo caminho.


Como a descida foi tranquila, os pouparemos dos detalhes menos “interessíveis” e anunciaremos abaixo um link com uma recomendação do BLOG Turismo de Catraca... Como ainda estamos escrevendo, não fazemos ideia de qual será o link, olha que legal, assim que forem feitas as devidas correções e edições, selecionaremos o link e você verá segundos após selecionarmos, por isso nem o comentaremos, pelo menos não agora.


Voltando...

Descemos pela mesma trilha, e ainda paramos mais uma vez em uma outra cachoeira. Voltamos pela mesma rua de terra/lama, aguardamos o ônibus da mesma linha, só que sentido Centro de Santana de Parnaíba, mais três pilas forma desembolsadas por cada intrigante deste blog, e aqui estamos, para mais fotos e agradecimentos...

O caminho pelo qual subimos (agora estávamos descendo)

Fica a dica: Levem seu lixo mesmo que cavalos tenham espalhado tudo.

Esperando o ônibus para voltarmos.


Obrigado Fernanda, e -mesmo tendo levado duas toneladas de lanche na mochila e retardado a missão- obrigado Karina.


Fernanda, que aceitou de boa a ideia de acampar na chuva.
 E ainda faz a correção ortográfica pro blog ficar menos pior.

KA-RINA estreando em:" Tem Wi-fi nessa mata?"


Obrigado Cavalos, por terem feitos desta Catracadaca, única.


Cavalos que participaram desta catracada.
(Foto/Google Imagens)


Obrigado a você que leu, gostando ou não...

Obrigado Obama, chamado por nós carinhosamente de Baraca, pela promoção do nosso trabalho, já aceitamos seu convite e estamos aguardando o melhor momento para Catraquear ai nos “United States”.
PEEEI!!


Obrigado Srª Maraliza, por ceder gentilmente sua barraca e compartilhar seu conhecimento e loucuras conosco.

M.1GRIA, Srª Maraliza, E.BELKO


Como é clássico por aqui,

            Quer compartilhar sua catracada ou participar das nossas? É só mandar e-mail para


            Conhece  uma linha de ônibus interessante, entenda interessante da forma que quiser, mas compartilhe conosco, pode ser nos comentários ou no e-mail da empresa


Dúvidas ou sugestões? O E-mail é o mesmo!

E quase finalizando uma frase de Joe Hart, goleiro da Inglaterra, que disputou- e perdeu- em Manaus a partida contra a Seleção da Itália no dia 14/06/2014, pela Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.


É Joe, como naquele filme do The Rock, Welcome to Jungle...

Um beijo do gordo...

Até a próxima Catracada!


Saída de mestre, PEEEEEI!


E.BELKO
M.1GRIA


terça-feira, 18 de março de 2014

Das Balsas às Ferrovias...

1, 2... Testando... O.k, O.k

Santana de Parnaíba, 03 de Janeiro de 2014.

Av. Esperança nº 05, às 05H30 soa o alarme do celular, ao som de Kilário, do Di Melo, desperto dançando para dar inicio a mais uma "catracada" do meu, do seu, do nosso, Turismo de Catraca Blog. Depois de um banho-de-gato e um litro de leite com chocolate, pronto pro combate! 06H29 a primeira catraca, Linha 246(Santana de Parnaíba-Osasco R$3,20), com destino à estação Barueri, da Linha 08-Diamante- da CPTM, onde encontraria o restante da equipe para mais uma jornada...

Capa do Álbum Di Melo- Di Melo. 1975.EMI-Odeon

... E do outro lado da história...

Itapevi...

O celular desperta cedo pra caramba, ao som daqueles toquinhos que já vem no aparelho. Algumas xícaras de café (a maior de todas) cheias pra espantar o sono, um pedaço de bolo e pronto! Estava alimentado pra mais uma aventura pelas catracas por aí.

Depois dos "Starts" dos integrantes, a equipe dá às 07H seu "Start", partindo da Estação de Trem Barueri com destino a Estação Osasco, onde faríamos transferência para a linha 09-Esmeralda- da CPTM, para dessa vez, desembarcar na Estação Grajaú, onde chegamos às 08H09 e tomamos às 08H30 o buso da Linha 6L11- Ilha do Bororé, pela quantia de R$3,00 ou Bilhete Único- No trem também foi utilizado o Bilhete Único, e o valor padrão é R$3,00.

Ônibus da Linha 6L11-Terminal Rodoferroviário Grajaú


Ilha do Bororé? Na real nem é uma ilha, está mais para Península do Bororé, e é um bairro da cidade de São Paulo que para acessá-lo é necessário tomar uma balsa, olha que louco, dentro da metrópole existe uma linha de ônibus que cruza a Represa Billings de balsa, são dois ou três trechos médios, deve ser cerca de 200 ou 300 metros em que o motorista do ônibus abre as portas e permite que a viagem seja feita na balsa, você não precisa necessariamente ficar dentro do buso, pode descer e ver a margem da represa e pescadores com seus guarda-sóis pegando tilápias e pacus.

Margem da Represa Billings
Pescadores sem guarda-sóis na margem da represa 

Até o momento em que fizemos a viagem pouca gente ao nosso redor sabia  sobre a Ilha, esperamos que após a publicação desse post mais pessoas deem atenção para a singularidade do local, inclusive o poder público para a infraestrutura básica. A balsa tem intervalos curtos e pra quem não cogita sair por ai de catraca, também é possível atravessá-la de carro ou moto, como estávamos no ônibus não desembolsamos uma moeda sequer e quem foi de carro também não pagou nada. Em um dos trechos é tomado um ônibus gratuito que até então não conseguimos localizar os "patrocinadores".

M.1GRIA apreciando a maravilhosa vista do chão da balsa

E. Belko estreando em "Ai meu corassaum!"

Travessia da Represa Billings via Balsa

Outra margem da represa

Após as travessias, incluindo o ônibus gratuito que é oferecido na cidade de São Bernardo do Campo, tínhamos deixado a capital e entrado na sexta cidade do roteiro (Santana de Parnaíba/Itapevi, Barueri, Carapicuíba, Osasco, São Paulo e São Bernardo do Campo) onde atravessamos mais uma balsa, dessa vez o ônibus não nos acompanhou, e tomamos o coletivo da Linha 050- Jardim Hollywood/Via Rudge Ramos, com destino ao ponto final, onde tomamos o ônibus da Linha 069-Viação Osasco com destino a Ribeirão Pires pela quantia de R$3,00, em Ribeirão compramos o que seria necessário ou que deveria ser, pra uma noite de acampamento na Mata Atlântica, por lá também embarcamos no Trem da CPTM com destino a Rio Grande da Serra, mais três reais.

A própria imagem diz em qual estação estávamos  



Ao chegarmos em Rio Grande da Serra...

Embarcamos na Linha 242-Paranapiacaba, um amigo já havia nos indicado a Cachoeira da Fumaça, o cobrador nos auxiliou onde descer na estrada para seguir a trilha que tinha um começo esquisito, sabe? Podiam entrar carros, mas depois foi se tornando normal -ou quase. A princípio o alagado típico das regiões de mata litorânea onde mosquitos se multiplicam como o dinheiro se multiplica na conta do Maluf, muitos insetos na região "pré-alagada", mas após vinte ou trinta minutos estávamos entrando na mata fechada onde sumiriam aqueles insetos todos, certo? Errado, por mais alguns minutos fomos seguidos de perto por milhares de mosquitinhos, e ao escrever este post escuto claramente seu zzzzzzzzzzumbido nas orelhas.

Trecho da Trilha


Entramos na trilha às 15H, foram três horas de descida entre pedras, líquens, samambaias, cipós e nos trechos mais difíceis cordas, pra falar a verdade não encontramos a tal cachoeira da fumaça, mas encontramos dezenas de outras cachoeiras que talvez sejam tão legais quanto, na serra que descíamos ousei lembrar do livro Sierra Maestra, de Juan Almeida Bosque, sim parecíamos o Che e seus "Companheiros"(Lula VOICE), na real? Nem sei se parecíamos mesmo, afinal, tinha um gordinho-muito-gente-fina- reclamando de dores no joelho, mas na minha grande-cabeça-de-pastel-de-vento, parecíamos!

Corredeira por onde descemos


Piscinas naturais em meio as agitadas corredeiras


Cachoeira na montanha em frente a que estávamos 


Uma das muitas piscinas da cachoeira


Bom...

Montamos acampamento em uma das milhares de rochas da margem da queda d'água que seguia por quilômetros, estávamos prontos para acampar mesmo sem barraca, juntamos troncos para fogueira e algumas rochas para que a fogueira não consumisse toda a mata- as rochas servem pra delimitar o espaço do fogo.

Nossa bem feita fogueira (que não durou tanto assim)

A empresa Couple Nodles não quis nos patrocinar, então não vamos citá-la



O Resgate da Panela em chamas


Fogueira acesa e acampamento montado, estávamos prontos para encarar os mistérios que a noite nos reservava, falando em noite, ela demorou pra cair -igual dinheiro na nossa conta- eram quase 20H e ainda estava claro, como a fogueira já estava acesa a pouco mais de uma hora e o vento a nosso favor, fomos defumados até a noite, aos poucos, enfim, chegar...

Talvez você ache um pouco esquisito acampar e muito esquisito acampar sem barraca, mas se tivesse tido pesadelos com um Tatu-boi gigante passando Gelol no sovaco do Mussum, acharia normal.

"Print" do local do acampamento


Dormimos...

Foto da Noite! PEEI!

A noite não estava tão escura




Aliás, tentamos dormir...

Despertamos às 05H00 e assistimos de camarote em cima da rocha o nascer do Sol do dia 04 de Janeiro...

Neste momento que a fumaça sufocante e defumadora, o ruído contínuo e perturbador da correnteza e todo o esforço do dia anterior valeram a pena!

Save The Green

O Sol foi surgindo iluminando pouco a pouco a montanha que havia em frente a que estávamos e que também, nela havia uma cachoeira cortando-a desde a metade para baixo. Uma vista fascinante que nos encorajou a fazer o caminho de volta rumo ao "distrito" de Paranapiacaba.

Subida ou descida da trilha

Foto Artística
Paranapiacaba não é uma cidade! E ali realmente parece que o tempo parou, chegamos embaixo de uma garoa que quando passou deu espaço a uma neblina tão densa que escondia o "distrito" todinho. Alguns minutos depois, do alto do morro, onde fica a Igreja Matriz, a neblina revelou uma Paranapiacaba calma e com muito charme. Conhecemos a igreja Matriz e o cemitério que fica ao lado (lado direito da foto) da mesma; comemos um bolo feito de Cambuci no Espaço da Alzira, onde fomos muito bem recebidos pelos simpáticos atendentes. Em determinada data do ano ocorre a Festa do Cambuci.

Matriz de Paranapiacaba


Cemitério ao lado da Matriz

Lanchonete onde vende o doce de Cambuci e onde fomos muito bem atendidos


Conhecemos o museu Funicular onde há um acervo muito legal de peças e equipamentos usados no princípio da atividade ferroviária da São Paulo Railway que trasportava principalmente o café de São Paulo para Santos; o museu também tem locomotivas e vagões específicos, por exemplo, vagão para a 1º classe; vagões fúnebres, e aos mais "cinestésicos" tem o passeio de Maria Fumaça que deve custar uns cinco reais...

Andamos por Paranapiacaba admirando a arquitetura das casas da época em que a ferrovia  era o combustível daquele povoado Inglês.

Também visitamos o CDARQ-Centro de Documentação em Arquitetura e Urbanismo- que demonstrava através de maquetes, exatamente como eram feitas as casas e a organização social no "distrito".

Visita ao CDARQ


Maquete dos imóveis de Paranapiacaba


Créditos:Turismo de Catraca


Visita ao CDARQ

O passeio finalizou em um café onde o anfitrião era muito hospitaleiro e nos deu dicas de várias cachoeiras que poderíamos visitar; o que não era má ideia tirando o cansaço que estávamos depois de passar 4 horas subindo da cachoeira até a rodovia...

Depois de pararmos para tirar alguns milhões de fotos na ponte que liga os dois lados do distrito, formou-se uma neblina que em poucos minutos fez todo distrito sumir, to falando sério, foi igual naqueles filmes de terror onde há algum monstro bizarro aterrorizando a cidade. A neblina era tão densa que foi apagando o distrito diante dos nossos olhos como efeito de fumaça em festas!

M.1GRIA e Maria... Fumaça


Homem na Neblina

Neblina


Com a volta da chuva, decidimos esperar o ônibus que nos levaria de volta até a estação. Estava garoando forte (Garoa level 2), nós estávamos sujos de terra, lama e areia da trilha, defumados pela fogueira, exaustos e sentados no chão do terminal rodoviário (com exceção do gordinho-muito-gente-fina que se sentasse não levantaria antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016) com dois cachorros de rua deitados ao nosso lado... A cena parece meio deprimente, mas nem tanto ao ponto de chegar alguém e nos dar uma moeda, o que seria encarado como patrocínio para a próxima catracada. Hashtag Fica a dica.

Um dos cachorros que nós conhecemos

Partimos.

Do sacolejar do ônibus, fomos para o frio do ar condicionado do trem, em seguida para a muvuca do metrô e depois novamente o frigorífico do último trem, onde a sogra do gordinho-muito-gente-fina ligou aos berros para que ele comprasse um saco de batatas antes de ir pra casa. Encerramos pedindo um minuto de silêncio pelo joelho estourado do nosso amigo gordinho-muito-gente-fina que por limitações físicas já citadas acima nos impediu de descer por mais algumas horas na trilha da tal Cachoeira da Fumaça.


[Silêncio]


Aé! Antes de encerrar gostaríamos de alertar duas coisas observadas durante o "passeio", a primeira é para você nosso leitor com engajamento social invejável, a segunda também é para você, mas deve soar como uma indireta, bem direta mesmo, para a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária-SP que segundo palavras do próprio site  mantém, restaura e oferece a visitação ao Museu Funicular de Paranapiacaba.

Coisa um- Já existe um novo ponto de vista sobre o "jeitinho brasileiro", nem sempre a maleabilidade e jogo de cintura são positivos para formação de uma identidade, o que isto quer dizer, as famosas exceções que promovem uma classe e rebaixam outra, pela justiça não ser tão cega por aqui, são ícones de um lado cultural em que ao invés de sacramentar o que é legal e o que não, cria regras superficiais que rondam todos, mas atingem poucos, assim, analisando uma simples placa sobre uma linda ponte de um certo distrito observamos que o correto seria- do nosso ponto de vista- "Permitido somente tráfego de motocicletas e bicicletas conduzidas a pé" e não "Proibido trânsito de motocicletas e bicicletas, exceto conduzidas a pé", porque criam exceções pra situações que duas linhas atrás foram proibidas tendo a oportunidade de ser específico e dizer de maneira clara a forma correta de atravessar a ponte.

Pois é...

Coisa dois- Em dado momento da nossa visita ao Museu Funicular, quando fotografávamos os arredores do mesmo, um senhorzinho chamou nossa atenção, segundo ele, era o responsável pela vigilância de alguns túneis de sete quilômetros que não eram abertos a visitação por questões de segurança, mas que se fizéssemos uma "vaquinha" e "molhássemos" a mão dele, poderíamos ter acesso aos túneis onde veríamos o Oceano Atlântico. Alertamos nossos leitores e a ABPFSP sobre isso, pois se é fechado por questão de segurança não deve ser aberto por questão de...

Bom, enviamos a ABPF um e-mail relatando o acontecido e solicitamos que antes de qualquer "punição" contra o funcionário, faça uma revisão na folha salarial do mesmo pois para "arreganhar as pernas" dessa maneira, é muito provável que não esteja recebendo uma remuneração que faça jus ao seu trabalho, somos a favor de remunerações dignas e bem acordadas entre o empregador e o empregado para que casos como esse não ocorram e coloquem em xeque a credibilidade da empresa e segurança do turista.

Agora sim! Encerramos com a resposta da ABPF sobre a situação ocorrida em Paranapiacaba.

"Prezada Equipe Turismo de Catraca...
      A ABPF tem a informar que a pessoa que estava fazendo esses passeios, não era nosso funcionário, o mesmo era guarda de segurança da empresa ferroviária MRS a qual tem a concessão ferroviária do trecho de Paranapiacaba.
     É terminante proibido o trafego de pessoas pelo leito do antigo sistema do funicular, mas pessoas inadvertidas continuam se utilizando desse passeio ilícito. A área de responsabilidade da ABPF vai até a cabine de mudanças de vias onde ha avisos proibindo a passagem de pessoas sem autorização.
     Agradecemos pela denuncia, e informo ainda que a pessoa que estava fazendo esses passeios já foi devidamente demitida pela MRS, após nossa denuncia pois tal fato ja havia sido descoberto por nossos funcionários locais.
     Esperamos que vocês continuem a frequentar o Museu do Funicular e qualquer duvida, nossos funcionários que estão devidamente paramentados poderão ajuda-los.
Atenciosamente

Carlos Alberto Rollo
Diretor Administrativo
ABPF/SP"

Agradecemos ao Senhor Carlos Alberto Rollo pela atenção dispensada.

Um momento! Antes de finalizar gostaríamos de agradecer especialmente ao, segunda palavras de um certo integrante desta equipe, "Roteirista Fofinho" da Secretaria de Cultura e Turismo de Santana de Parnaíba, Sr. Israel, que tem colaborado com sugestões e dicas de viagens de catraca que impulsionaram aos integrantes essas maluquices de viajar de coletivo (e ainda relatar em um blog!). Se há uma opinião que nós da equipe dividimos sobre ele (claro que não é Roteirista Fofinho) sem dúvida, é a gratidão pelas idéias, sugestões e o apoio a equipe. Nossos sinceros agradecimentos! 

Pronto, podemos continuar finalizando...

Dúvidas, críticas, sugestões ou compra de produtos Herba Life envie e-mail para:

turismodecatraca@gmail.com

Quer viajar conosco ou compartilhar sua catracada? O e-mail é o mesmo!

Conhece um linha de ônibus muito legal? O e-mail não muda!

turismodecatraca@gmail.com

Até a próxima catraca!

E.BELKO
M.1GRIA